A população feminina no Brasil sofre com a alta incidência do câncer de colo do útero: a doença é a 4ª causa de morte por neoplasia entre esse público no país, chegando a ser o primeiro colocado em áreas mais pobres. E como evitar a alta incidência e a letalidade da doença? O primeiro passo é, sem dúvida, o acesso à informação e a tratamentos médicos de qualidade.
O câncer de colo de útero é desencadeado, principalmente, a partir de lesões resultantes da infecção pelo papilomavírus humano (HPV). O vírus é bastante comum na população e geralmente não leva a um quadro de maior seriedade, mas pode, em alguns casos, provocar alterações celulares que evoluem para o câncer. Por isso, nunca deve ser negligenciado.
O ideal é que as mulheres (principalmente as que possuem vida sexual ativa) realizem o Papanicolaou pelo menos uma vez ao ano, para detectar possíveis alterações e aumentar as chances de cura. A maioria – pelo menos dois terços – das mortes causadas por câncer de colo do útero ocorrem em mulheres que não tinham sido rastreadas periodicamente.
Outros exames também podem ser solicitados pelo médico para averiguar a presença de um tumor no útero, como o ultrassom transvaginal, a curetagem uterina (raspagem da parte mais interna do útero) e a histeroscopia com biópsia, método pelo qual uma câmera procura por todo o órgão áreas afetadas e que podem ter lesões ou câncer.
Embora atualmente haja boas opções de rastreamento, diagnóstico e tratamento, a prevenção, por meio da vacinação, segue como a estratégia prioritária no combate à doença. O Ministério da Saúde recomenda a vacinação de meninas entre 9 e 13 anos – faixa etária em que a imunização é mais eficaz. Desde janeiro de 2017, a vacina é disponibilizada também para meninos de 12 a 13 anos. A imunização neles protege contra os cânceres de pênis, garganta e canal anal, além de contribuir para a prevenção das mulheres por reduzir a circulação do vírus.