Um dos exames de ultrassom mais importantes da gestação é o morfológico de primeiro trimestre. Este exame deve ser realizado entre 12 e 13 semanas de gestação.
Ele tem por função avaliar o risco de cromossopatias, apesar de não ser um exame diagnóstico, ele possui uma alta acurácia para rastreamento de síndromes cromossômicas fetais como as trissomias, sendo a Síndrome de Down a mais comum (trissomia do cromossomo 21). Além da trissomia do 21, também se avalia o risco para as trissomias dos cromossomos 18 e 13 (Síndromes de Edward e Patau).
Os três marcadores ultrassonográficos avaliados são: a medida da translucência nucal, a medida do osso nasal e o doppler do ducto venoso e regurgitação da válvula tricúspide. Estes dois últimos também podem predizer o risco de cardiopatias fetais. Uma vez diagnosticado risco aumentado para estas síndromes, está indicado o prosseguimento da investigação através de exames mais detalhados e específicos como o NIPT (exame de sangue que abordaremos no próximo post) e exames de confirmação do cariótipo fetal através da amniocentese ou cordocentese.
Além desta importante avaliação de pesquisa de doenças cromossômicas, o primeiro morfológico, através do estudo doppler das artérias uterinas, permite também estimar o risco para pré eclâmpsia (doença hipertensiva específica da gestação – DHEG). Este exame, associado a exames de sangue específicos (marcadores de pré eclâmpsia), quando alterados e indicativos de risco elevado, sugerem a necessidade de uso de medicações preventivas para desenvolvimento de DHEG.
Concluímos que o ultrassom de primeiro trimestre assume um papel fundamental no pré natal realizando o rastreamento de cromossomopatias, cardiopatias fetais e risco de pré eclâmpsia gestacional. Desta forma deve ser um dos exames a ser programado e realizado no pré natal no período entre 12 e 13 semanas de gestação, para que se possa avaliar com maior precisão todos os marcadores.
⚕ Dr. Danilo Scheit
🎓 CRM: 114.098 – RQE 76.573