Problemas de fertilidade podem ser extremamente frustrantes para mulheres e homens que possuem o sonho de serem pais. Hoje, com os avanços da medicina reprodutiva, muitos desses casos possuem alternativas que podem proporcionar a realização desse sonho para milhões de pessoas ao redor do mundo.
Chamamos de reprodução humana assistida o conjunto de técnicas de intervenção médica e/ou laboratorial para o início de uma gestação humana. Essas técnicas são representadas por procedimentos de baixa ou mesmo de alta complexidade, como o coito programado e a fertilização in vitro, respectivamente.
Pensando nisso, separamos algumas das principais informações sobre o assunto. Confira a seguir e conheça a reprodução humana assistida!
O que é a reprodução humana assistida?
Apresentada cientificamente como uma possibilidade real nos anos 70, a reprodução assistida vem sendo utilizada por inúmeros casais que desejam ter filhos mas têm alguma dificuldade.
Com o nascimento do primeiro bebê de fertilização in vitro em 1978, houve uma ampla divulgação da técnica utilizada, o que serviu de incentivo para o desenvolvimento de várias outras técnicas ao redor do mundo. Dentre elas, podemos citar como as mais importantes a fertilização in vitro e a inseminação artificial.
Os procedimentos laboratoriais que se configuram como técnicas de reprodução humana assistida vêm evoluindo com o passar dos anos. Consequentemente, essa evolução têm aumentado as chances de sucesso dos tratamentos, além de diminuir seus custos.
Como funciona a reprodução humana assistida?
Fertilização in vitro
O tratamento se inicia com a estimulação da ovulação por meio de medicamentos hormonais . A evolução dos folículos ovarianos é monitorada por meio de ultrassom, e quando eles estão maduros é realizado o procedimento cirúrgico denominado punção ovariana, no qual uma agulha é introduzido na vagina com auxílio de ultrassom transvaginal para chegar até os ovários.
A punção ovariana é realizada dentro de aproximadamente 30 minutos e demanda que a paciente seja sob sedação leve e anestesia. Os óvulos coletados serão inseminados pelos espermatozoides do parceiro ou de um doador.
Os espermatozoides que serão injetados nos óvulos podem ser obtidos pelo sêmen do parceiro ou de doador anônimo. O sêmen do parceiro é obtido por meio de masturbação, ou e, casos mais específicos, por meio de punção do epidídimo e/ou biópsia do testículo. Já o sêmen de doador é selecionado em uma lista do Banco de Sêmen, podendo ser escolhidas características físicas, profissão e até hobbies do doador.
A técnica mais utilizada para a fertilização in vitro chama-se ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide), em que um espermatozoide é injetado por meio de agulhas e um microscópio específico, dentro do óvulo.
Existe ainda um procedimento mais moderno chamado Super ICSI, que consiste na injeção do espermatozoide dentro do óvulo com o auxílio de um microscópio com aumento maior do que 6.000x, em comparação com 400x da ICSI convencional.
Após a fecundação, os embriões são armazenados em incubadoras que simulam as condições do útero. Então, iniciam-se as divisões celulares que darão origem ao embrião, até o momento da transferência ao útero em cerca de 2 a 5 dias de desenvolvimento in vitro.
Passados 14 dias da transferência do embrião, é realizado um exame de beta HCG (teste de gravidez) para a verificação do sucesso do tratamento. Caso não haja sucesso, é recomendável passar por uma consulta para que o médico possa dar mais orientações aos casais.
Há também uma técnica complementar, que consiste no congelamento de embriões. O procedimento de criopreservação é seguro, sendo aplicado em muitos casos de FIV no caso de embriões excedentes. A grande vantagem está em garantir novas tentativas caso a primeira transferência não tenha resultado positivo.
Inseminação artificial
A partir da mesma técnica de indução à ovulação e monitoramento utilizada na fertilização in vitro, a paciente retorna à clínica reprodutiva no momento da ovulação.
O sêmen do marido ou doador é processado e é feita uma seleção dos espermatozoides mais aptos para o procedimento. Posteriormente, esses espermatozoides são inseminados no útero da paciente, para que eles cheguem até o óvulo e ocorra a fecundação natural.
O procedimento é feito de maneira rápida e indolor, além da paciente ser liberada logo após o fim do procedimento, podendo retomar suas atividades rotineiras. Por fim, deve-se aguardar um período de 14 dias antes de realizar o teste de gravidez e averiguar o sucesso do tratamento.
Qual é a regulamentação brasileira para a reprodução humana assistida?
O Conselho Federal de Medicina (CFM) é o órgão que estabelece regras para a condução das técnicas de reprodução humana assistida. Essas regras têm o objetivo de coordenar a prática médica, além de evitar a ocorrência de situações que vão de encontro ao que se considera ético dentro da medicina.
Embora haja uma regulamentação presente no código civil brasileiro, a reprodução humana assistida é motivo de muitas controvérsias jurídicas, principalmente no que diz respeito à filiação e questões sucessórias no caso da utilização de células reprodutivas de doadores.
Ou seja, mesmo que a legislação brasileira cite a existência de tais técnicas, não há uma efetiva regulamentação, o que é motivo de uma série de polêmicas. Porém, é extremamente importante deixar claro que os procedimentos que englobam a reprodução humana assistida são totalmente permitidos pela lei brasileira.
Quais os benefícios da reprodução humana assistida?
É inegável que os avanços da reprodução humana assistida se mostram extremamente benéficos para muitos pacientes que possuem problemas de infertilidade. Porém, vale destacar alguns outros benefícios promovidos por essas técnicas.
Um desses benefícios é a possibilidade de detectar precocemente a ocorrência de doenças no bebê. Por meio de um procedimento denominado de “diagnóstico genético pré-implantacional”, é realizada uma biópsia do embrião antes mesmo que este seja implantado no útero.
Dessa forma, é possível realizar uma análise genética detalhada do embrião e selecionar apenas aqueles geneticamente saudáveis para serem transferidos ao útero, afastando grandemente as chances da crianças ter alguma doença genética ou hereditária.
Outro grande benefício da reprodução humana assistida é o fato de que não há restrições no número de tentativas.